Oxente, você já passou na exposição Passagem?


Senhora? Senhora? A senhora já foi na exposição Passagem da Pinacoteca da UFAL? Mas minha senhora, como assim a senhora ainda não foi? Isso mesmo senhora, corra que é até o dia 13 de novembro, de segunda a sexta, das 8h30 às 18h, e aos sábados, das 9h às 13h.

                   



E aí, minha gente! Para esse primeiro post resolvi falar um pouco da exposição Passagem, de Renata Voss, que é fotógrafa, alagoana e professora de fotografia da Escola de Belas Artes da UFBA, e que teve curadoria de Eriel Araújo.

“Renata Voss, em seus procedimentos artísticos, conduz e é conduzida pelo deslocamento em imagens, que revelam acontecimentos inerentes às experiências com lugares e pessoas. Suas escolhas estabelecem um conjunto de relações com o que vemos, imaginamos ou mesmo esquecemos. Para tanto, ela recorre ao passado e resgata alguns métodos primordiais para revelar, apresentar ou deixar desaparecer o que um dia foi apreendido pelo ato fotográfico. Trajeto, Artifício, Papódromo, Alagoas Iate Clube, Márcia, Eris, Infinito e Estudo para perder de vista são termos que Renata escolheu para alcunhar alguns resultados de sua investigação artística que vem desenvolvendo há mais de dois anos. Apresentadas nesta exposição intitulada Passagem, as obras estão reunidas em dois núcleos: esfacelamentos em comunhão com o tempo e a fugacidade.” – Eriel Araújo, artista – curador.

Uma exposição fotográfica é isso que veremos na Pinacoteca da UFAL, mas as fotos vão muito além. Algumas são de panoramas em movimento, que dão um sentido completamente diferente, ficando muitas vezes entrecortadas, causando o aspecto que estamos em um carro, passando por aquela paisagem. Momentos que presenciamos quando estamos indo trabalhar de carro ou de ônibus pela orla ou quando viajamos e encontramos os intermináveis canaviais.

O que parece ser uma sequência de fotos vira uma única imagem. Flashes e momentos passados rápidos, sem percebermos a beleza daquele momento. Mas essa é apenas a primeira parte, onde encontramos os panoramas.

Na segunda parte encontramos registros de outros lugares de Maceió, o papódromo, o alagoinha, o farol da Ponta Verde, a estátua da sereia no Mirante, ônibus, carrinho de sorvete... Lugares e coisas que vemos quase todos os dias, que já nos cansamos de ver, mas que fazem parte do nosso dia a dia.

Achei bem legal a forma como ela expôs essa parte. As fotos não são exibidas da mesma maneira que a primeira, elas foram reveladas em materiais diferentes, alguns até inusitados. São materiais que às vezes força a nossa compreensão para podermos entender o que ela quer passar.

Da série Estudo Para Perder de Vista é definitivamente a minha preferida, a retratação de coisas simples na forma como foi exposta me deixou um pouco emocionada (talvez eu seja um pouco sentimental ou muito, tanto faz). São 20 quadros, de diversos tamanhos, mostrando passagens de Maceió, cenas simples do cotidiano de quem anda pela Capital. Gostei bastante também Da Série Alagoas Iate Clube, são 4 fotos do Alagoinha em vários estágios, como o auge da desconstrução do local.

“Os materiais e os seres possuem uma permanência temporária, e o tempo acompanha silenciosamente as transformações inerentes à composição física e imaterial daquilo que chamamos por vida. Ao acompanhar transformações e perdas que aconteceram em sua experiência de vida, Renata seleciona cuidadosamente métodos e suportes não tradicionais da fotografia para “falar” da fugacidade. São imagens reveladas em folhas de árvores, imagens que surgem de pinceladas que definem a área a ser visualizada, ou mesmo imagens que existirão por um determinado tempo de “vida”, pois sua existência nos aproxima da lembrança e do esquecimento.” – Eriel Araújo, artista – curador.

Passagem é uma exposição lindíssima, perfeita para reconstruir a Maceió que conhecemos, perfeita para relembrar o que não víamos há algum tempo (no meu caso o Mirante e os canaviais), nos teletransportando para momentos que vivemos e fazendo, também, com que vejamos com outros olhos o que está a nossa volta. Não deixem de conferir! Para quem não sabe, a Pinacoteca da UFAL fica na praça Sinimbu, no primeiro andar, onde também funciona a Casa de Cultura Britânica e você não paga nada para visitar, é só ir e aproveitar.

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